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sábado, agosto 27, 2005

Vou de Erasmus 

Vou de Erasmus com a Carla, como de resto todos vocês já devem saber.

Escreverei frequentemente em www.grandasiena.blogspot.com todas as novidades.

Grandes abraços e beijinhos distribuídos respectivamente conforme a minha virilidade requer!

Muitas saudades terei de vocês todos.

Até daqui a um anito.

terça-feira, novembro 23, 2004

Highlight da "Time" desta semana 

«Science without religion is lame, religion without science is blind», Albert Einstein

terça-feira, setembro 07, 2004

Nova Temporada 04/05 

Estamos a começar uma nova temporada. Uns mais cedo que outros :(. Contudo, queria relembrar que já este domingo (dia 12) às 8:30 da matina recomeçamos os jogos de futebol na cidade universitária. Quantos aos impérios6horas (ou deveria dizer castália”HiperAtrasadosDeManeiraAleatóriaEApenasDepoisDeUmaDataDeTelefonemasQueVãoContraOEspíritoInicialDaCoisa”horas) penso que também vão recomeçar. Alguns de nós vão de Erasmus e companhias e não os vamos ver durante uns tempos. Boa sorte para eles, que se divirtam muito e trabalhem pouco! :D


“Sete Anos no Tibete” de Heinrich Harrer 

Tendo visto o filme, foi resultado de dele ter gostado tanto que procurei o livro que o originou. Não esperava encontrar o que encontrei. O filme é uma romantização da história verdadeira. Mas o livro não se escreve todo da história do homem que foge à 2ª grande guerra e descobre o Tibete: escreve-se também do homem que viu um mundo prestes a acabar, mundo esse que descreve de uma maneira brilhante e humilde, despretensiosa, mundo esse que por sua vez me atrai de maneira visceral.
Nunca em detrimento do filme, o livro vale por si mesmo muito mais, mesmo contando com a redundância.

«O meu desejo mais profundo é o de que este livro possa trazer alguma compreensão para com um povo cuja vontade de viver em paz e liberdade é praticamente ignorada por um mundo de apatia.»


“O Fio das Missangas” de Mia Couto 

Mia Couto à boa maneira. 29 pequeninas grandes estórias. Verdadeira portugalidade.

«
– Aprender a falar é fácil. Com o devido respeito de vossa mãe. Que é muda. Só que a voz lhe está adormecida.
…no capítulo das falas tinha a sua razão: nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos.
– E é o que repito: falar é fácil. Custa é aprender a calar.»


“Uma Casa em Portugal” de Richard Hewitt 

Uma história verdadeira contada na primeira pessoa sobre um casal de americanos que decide vir viver para o nosso tão peculiar país. Já li isto há uns tempos, e não me canso de aconselhar a sua leitura. É divertido, cheio de um sentido de humor tão assaz e pertinente pela imparcialidade. É sempre curioso saber como somos vistos enquanto povo. Chega a ser tocante o amor e a ternura que o autor nutre por este tão idiossincrático 3º mundo a que chamamos Portugal.
A sua leitura talvez seja uma maneira mais inteligente de culto ao patriotismo que bramir bandeiras e cachecóis ao compasso de um jogo da selecção. Como é que os estranjas vêem melhor aquilo que muitos de nós nem enxergam? Cultura? Educação?


“Guerra e Paz” de Leo Tostoi 

A tão aclamada obra-prima de Leo (ou Leão, seja à vontade do freguês) Tolstoi – dos maiores, senão o maior escritor russo do século XIX – fornece-nos uma ideia bastante concreta do que era a fútil alta sociedade na sua época (e se mo permitem, penso que em todas as épocas). Tolstoi traça com uma precisão assombrosa algumas personagens intemporais que ficarão para sempre marcadas na minha maneira de ver o mundo. Fala-se de História, das maneiras de se escrever História, das maneira da História acontecer, de política, de espiritualidade, de religião e de amor. Pedro, a personagem principal, redonda como mais nenhuma que conheça, aprende (e ensina-nos) lições de vida que mudam a sua maneira de encarar o mundo, e consequentemente, o mudam enquanto ser humano.

Mais uma vez, para os mais preguiçosos e apenas interessados na estória, remeto-vos para o filme.

«Sinto-as, vejo-as por todo o lado, esta hipocrisia e esta cegueira … mas, onde arranjar palavras para explicar-lhes tudo quanto tenho a dizer-lhes?»


domingo, julho 04, 2004

Scent of a Woman 

Para mim nunca o Al Pacino esteve melhor. O argumento é magnífico e presumo que 90% da minha audiência particular no canal Hollywood seja a rever o filme.
Na argumentação final em defesa do Charlie há uma fala que me marcou. Penso que se aplica a muito mais do que à primeira vista poderia parecer.
No entanto, sou daquelas pessoas com problemas em memorizar falas. Nem a merda duma matrícula consigo memorizar em menos de 10 minutos. Só ao fim de mais de um ano decorei a porra do meu número de telefone, e ainda hoje me esqueço dele. Mas pronto, finalmente consegui decorar a fala, e transcrevo-a aqui, mais ou menos, como é:
«I've been around you know?
«There was a time I could see.
«And I have seen, boys like these,
«younger than these, their arms torn out,
«their legs ripped off.
«But there isn't nothin' like the sight
«of an amputated spirit,
«there is no prosthetic for that.»

terça-feira, junho 22, 2004

imperio6horas tem página! 

É verdade. E bem feita. Graças ao Artax que finalmente, depois de muito tempo à beira do abismo, deu um passo em frente.
http://imperio6horas.no.sapo.pt

Seleccionados para Jogo de Domingo! 

Estamos todos. À semelhança do que se passa no império6horas, existe a ideia de criar um estádiouniversitário8e30damanhã. Por outras palavras: e se todos os Domingos o pessoal se reunisse para jogar à bola. E cedo para deixar o dia livre e não haver desculpas!
É mais uma ideia que sei de antemão que já tem alguns adeptos.
Domingos, frente à reitoria, 8h30min (não, não é 20h30min).


sexta-feira, abril 09, 2004

"A Voz dos Deuses" de João Aguiar 

Já notei por diversas vezes que muitos de nós se perdem por vezes nos recâmbiantes do anarquismo reservado. Compreenderia isso se a nossa nação fosse outra, e não esta que tem um passado riquíssimo e uma das Histórias com maior motivo de orgulho do mundo. A meu ver, atenção, o orgulho nacional (chamem-lhe patriotismo desde que isso não evoque imagens do Mel Gibson ou de qualquer outra importação Hollywoodesca) é algo extremamente bonito, que faz de nós um pouco mais que animais, que faz de nós um nó na cadeia que une antepassados e descendentes, que une aqueles que viveram (e muitos que morreram) para que hoje façamos o mesmo para os próximos. Só morre quem é esquecido (cito não menos que Padre António Vieira) e, ao desprezar o amor que há que sentir pela terra que pisamos e da qual (quer queiramos quer não) somos filhos, estamos a negar a memória de uma infinidade de vidas que se quiseram – tanto no seu tempo como nós hoje – duradoiras, eternas e nunca inconsequentes.
Dito que está o que me apertava o gasganete de há uns tempos a esta parte, passemos ao livro que me serviu de ponto de partida: “A Voz dos Deuses”. Basicamente é a história de Viriato de que todos já ouvimos falar, mas que, invariavelmente, não fazemos puto de ideia de quem foi ele de facto. Certo é que ninguém sabe. Mas podemos imaginar, e podemos supor que tenha sido ele o organizador daquilo que nos faz portugueses (lusitanos se preferirem) e que, por si só, é tão português: a unidade. Consequência da pequenez geográfica ou da identidade de um povo? Não interessa, o que é facto, é que poucos países (nenhum? Ou talvez o Mónaco… nem isso!) se podem orgulhar de não serem uma concatenação de países mas sim um país num todo e em completude.
O livro lembra as aventuras criadas por Walter Scott que tanta fantasia me trouxeram em puto. Não tem pretensões algumas nem o escritor aspira ao Nobel (graças a Deus, se mo permitem). No entanto, o livro não deixa de ser uma referência visto que resume para o comum dos mortais alguns pontos fulcrais que, empunhando um bilhete de identidade mal plastificado, de amarelo vómito, fonte rasca e impresso a máquina de escrever, deveríamos saber de cor! Se sabem o que há a saber sobre os povos iberos, confluências de culturas, os cultos, o Endovélico, a inundação Mesopotâmica, a invasão romana e Viriato e sua insígnia do Touro (por último mas central neste contexto) caguem na cena e vão dar aulas para uma faculdade qualquer. Se pelo contrário não sabem LEIAM A MERDA DO LIVRO. Tenho dito. :)

"A Laranjeira" de Carlos Fuentes 

Que fruto mais espanhol que a laranja? Os tomates e as laranjas, mas é destas últimas que este livro trata como fio condutor dos 5 contos/histórias de que é composto (se bem que, e permitam-me a nota, a espanholada talvez seja a maior exportação de nuestros hermanos).
O livro retrata primeiro o período das descobertas, fixando brilhantemente a atenção no fenómeno de confluência de raças e respectivas culturas, conhecimentos e tradições. A dicotomia da conquista do conquistador focada, como não podia deixar de ser, em Cortés. Neste caso acompanhamos a conquista do México (a Nova Espanha e o respectivo extermínio da população local – os maias) e ficamos a compreender melhor como a terra conquistada não virou simplesmente novo território Espanhol, e como, assim sendo, a Espanha deu um passo em frente, enriqueceu, e deixou os seus resquícios medievos para trás, sem esquecer a barbárie que tudo isto foi.
Como a história não é feita de factos associados a datas, mas sim de uma sequência causa-efeito de vontades, a segunda estórica histórica (passo a expressão) é a decadência consequente desta inter-conquista de povos, que Fuentes deixa transparecer com um espectacular ensaio literário num capítulo com 2 narradores: os 2 filhos de Cortés, um de mãe Espanhola, um de mãe indígena. A metáfora salta à vista.
Qual Orson Welles saltamos para a dinastia dos Cipões (ou Cepiões/Cepiãos/Cipiãos como tenho encontrado noutras leituras) na conquista da península ibérica por parte dos romanos. O capítulo chama-se “As duas Numâncias” e acaba, de facto, com a lenda da grande cidade, último bastião e alma de toda a ibéria. Nas suas deambulações, fiquei com a impressão que Fuentes tem muita dificuldade em lidar com a morte e/ou a caducidade da alma, isto pela atrapalhação que é inerente a algumas passagens de muito difícil compreensão. Não deixa de ser um conto lindíssimo que me foi muito útil como preparação para o livro que me esperava a seguir na mesa-de-cabeceira.
“Apolo e as Putas” segue-se como, na minha opinião, o clímax do livro. Raramente vi algo tão bem escrito, uma experiência literária com tantas vertentes que a releitura impõe-se por si própria com toda a naturalidade. Um actor de Hollywood de ascendência irlandesa, decadente, procura expurgar a crise que atravessa, a noção de vazio da sua vida e de inconsequência de tudo o mais, no México. Aqui acaba por morrer fodendo 7 putas. Enquanto morto, é ele mesmo que nos narra o resto do capítulo acabando no fim por morrer, já morto, em paz com o mundo. Confuso? Aconselho a leitura para mais esclarecimentos :) .
Por fim, a última história é um “E se” colocando Cristóvão Colombo na hipótese de não anunciar ao mundo a sua descoberta. Pessimísticamente, as garras da corrupção tudo acabam por perverter, mais cedo ou mais tarde. Uma nota de advertência e conclusão moral tipicamente colocada no fim do livro.
Em conclusão, é um livro bom para se saber um bocadinho mais do que é a História deste país vizinho que é também em parte um bocadinho da nossa própria História. Recursos estilísticos brilhantes, originais e inéditos mesmo, mas de leitura algo difícil (fico sem saber se por culpa da difícil tradução espanhol / português – por serem línguas tão parecidas mas de construção frásica divergente – se por culpa do próprio escritor que tanta ideia estrambólica tem na cabeça). Não deixará de ser, sem dúvida, uma referência.

domingo, fevereiro 29, 2004

“Monster” de Patty Jenkins 

A crítica muito que tem dito de Charlize Theron (a boazona moribunda do “Sweet November”, ou simplesmente a boazona do “The Italian Job”) neste “Monster”. Fui ver e confirmo. Brilhante. A rapariga engordou de tal maneira, com tal caracterização que está nojenta! Admiro a coragem, e se o objectivo dela era deixar de ser mais uma menina bonita de Hollywood e passar a ser uma actriz, então, pelo menos comigo, conseguiu.
A história é violentíssima, chocante. No fim do filme tive aquela sensação de precisar urgentemente de um duche. Tem mensagem. Todavia, não é por isso que aconselho o filme, porque custa muito a ver e mexe muito com as tripas lá bem no fundo.
Voltarei de certeza a ver o filme daqui a uns anos, mas agora nem consigo sacar o divx de tal modo que me quero afastar daquilo.

"Moby Dick" de Herman Melville 

Durante anos a ideia que tive deste livro foi sempre muito controversa. Por um lado a história para putos de que tanto ouvimos falar nos filmes americanos, por outro a obra brilhante que inaugurou a tão sui generis (e multi generis) literatura moderna. Decidi acabar com esta incongruência e ataquei as quase mil páginas de letrinhas pequeninas.
Toda a narrativa acontece num mundo ao mesmo tempo fantástico e concreto. Temos a sensação de que a história da literatura fez-se aqui, nestas palavras exactas que lemos. Metáforas que se transformam em parábolas da nossa civilização e que hoje compreendemos no quotidiano como quase óbvias. Cada passagem está tão transbordante de simbolismo que temos que ler e reler sem nunca deixar de lá encontrar maravilhas novas de abstracção, onde Melville consegue encontrar similitudes entre o mais excêntrico e o mais usual. Este nível de abstracção leva-nos a compreender personagens incríveis, cheias de força de carácter e de vida própria. E este processo leva-nos consequentemente a compreendermos um pouco mais de nós próprios. Só por isso, vale a pena. Por isto, a caça à baleia branca é um hino à própria essência humana, onde por mais que se tente, nunca deixaremos esta guerra entre o Bem e o Mal (tão em voga nos tempos que correm) que nunca distingue de maneira clara quem incorpora o Bem ou o Mal (também tão em voga nos tempos que correm).
Quanto a uma observação mais prática em termos literários a estupefacção continua. Melville salta de estilo em estilo, passando pelo épico, pelo teatro, pela descrição, pela política e religião, pela crítica de costumes, pelo drama (clássico e de que maneira) e até (durante páginas e páginas) pelo simples texto científico onde descreve a baleia conforme o que se conhecia dela há 200 anos. A maneira como as palavras escorrem cheias de significado denota uma linguagem universal, donde a tradução do original é completamente independente da língua, cultura ou religião.
Se antes achava que uma pessoa não podia perseguir a sua completude sem primeiro ler o “Livro de San Michelle“ e o “Senhor dos Anéis”, hoje acho o mesmo em relação ao “Livro de San Michelle“, ao “Moby Dick” e a ver o “Senhor dos Anéis” (obrigado Hollywood, simplesmente por existires).

Assim como que em jeito de P.S. transcrevo uma passagem do livro que penso que ilustra o brilhantismo metafórico de Melville, que eleva o símbolo acima do próprio objecto, universalizando-se, onde a sua capacidade de abstracção é o espelho de todo o pensamento humano, intemporal.

«…por maior que seja a superioridade intelectual de um homem, não lhe é possível dominar prática e duravelmente os outros homens sem representar uma espécie de mil comédias. É o que afasta os verdadeiros príncipes do império que Deus lhes preparou nas assembleias do mundo; deixa as mais altas honras para aqueles homens que se tornam famosos, mais devido àquilo que possuem de inferior aos príncipes do que devido às suas qualidades de superioridade sobre as massas. Mas existe um tal poderio nestas pequenas comédias, quando postas ao serviço de certas superstições políticas extremas, que não é raro vermos o mais imbecil assumir o poder. Mas quando, como no caso do czar Nicolau, a coroa do mando cinge um cérebro imperial, então a horda popular avilta-se e permanece esmagada perante a tremenda centralização. E o poeta trágico que canta o grande desejo de liberdade dos homens não deve jamais esquecer estes factos.»

terça-feira, fevereiro 10, 2004

"Big Fish" de Tim Burton 

Um dos filmes mais esperados dos últimos meses. Embora pessoalmente não seja um fã incondicional do muito “in” Tim Burton, devo dizer que tinha algumas expectativas. O filme começa e logo aí o surreal que acompanha os filmes deste jovem excêntrico realizador deu sinal de vida, contudo, também logo aí me apercebi que o ambiente obscuro e frívolo que acompanha invariavelmente o seu «Batman» ou o seu «Eduardo, Mãos de Tesoura» tinha sido eliminado de vez. De resto, a história, a meu ver, é um hino à sagueza. A fantasia assume aqui, em detrimento da sua acessoriedade, um papel central na história enquanto complemento para a própria realidade.
Parece-me fundamental nos dias de hoje, em que nos esquecemos que a mentira em si pode bem ser uma boa verdade e no entanto pisamos peremptoriamente qualquer traço de exclusiva fantasia, e em que preferimos um rápido comprimido de distracção à fantástica viagem que cada um pode dar no seu próprio imaginário – e, acima de tudo, partilhá-lo com os outros –, uma mensagem tal e qual aquela com que, sem dúvida, somos confrontados neste filme.
Não vale a pena falar sobre a representação de Ewan McGregor nem de outros detalhes que seriam politicamente correctos nesta situação. Basta dizer apenas que de 1 a 5 dou 6 a Big Fish, pelo argumento, sim, mas acima de tudo pelo prazer que é ir assim ao cinema.

P.S.: estavam 5 pessoas na sala de cinema e não haviam pipocas :D

terça-feira, janeiro 27, 2004

Agora sou uma pessoa muito doente... 

... até apanhei hipocondría!

domingo, janeiro 04, 2004

“A ordem de Fénix” de J. K. Rowling  

O 5º da série. O maior. Na minha opinião o melhor. Comprei a versão em inglês para actualizar a minha fluência na língua. De início percebe-se que a escritora tentou parecer uma escritora a sério e o dicionário era o companheiro imprescindível para ir avançando na história. A partir do 3º ou 4º capítulo e daí até ao fim devem ter existido umas 3 ou 4 palavras que desconhecia e que nem me dignei a abrir o dicionário por causa delas. Por um lado a narrativa fulgurante não o deixava, por outro, duvido que alguma vez num livro de um escritor multi-milionário uma palavra faça a diferença.
A história per si abriu-se. Deixamos aquela sensação de «sim, ‘tá bem, já percebi que queres fazer suspense» para finalmente jogarmos com as cartas todas em cima da mesa.
Na minha opinião é mau, como seria de esperar, melhor que os outros todos, e um gajo não tem paz de espírito enquanto não acaba.
P.S.: inconscientemente, ainda existia em mim uma faúlha de esperança que no Harry Potter estivesse escondida uma mensagem. Não está.

“O rochedo de Tanios” de Amin Maalouf 

Um livro tão estereótipo do que é a escrita de Maalouf que por isso mesmo é fulcral. Uma introdução à história com meia dúzia de frases como apenas Maalouf e Mia Couto (dos que conheço) são capazes. A Narrativa passa-se no séc. XIX e não podia ser mais actual: a dissolução do império Otomano (mais metro menos tribo o actual Iraque), a guerra com o Egipto e a perversão infligida por tudo isto aos chamados “povos da Montanha” que tanto inspiraram este escritor. Tipicamente, é recriada uma veracidade de factos alternativa que se entrecruzam brilhantemente com o mundo real. É um choque, quando chegamos ao final do livro e em vez do esperado “baseado numa história verídica” encontramos apenas “tudo isto é fruto da minha imaginação”. Parece-me um prólogo para “Leão, o africano”. Fácil de ler, 300 páginas cheias de emoção, acção e História com H muito grande.

“O velho que lia romances de amor” de Luís Sepúlveda 

Mais um exemplo da explosão literária na América do Sul que nas últimas décadas muito tem impressionado tanto Portugal como a Europa (passando obviamente pela academia Nobel).
É um livro ultra-entusiasmante, uma história com conteúdo, andando sempre à volta da preservação das florestas amazónicas. Não brilha pelas descrições, não brilha pela narrativa, não brilha pelos diálogos nem pelos recursos estilísticos, e por isso mesmo é um livro que brilha pelo conjunto. Bastante, basta ver os prémios que ganhou lançando este escritor que é, nos dias de hoje, um nome mais que sonante. Um gajo enquanto não acaba não descansa. Parece que planamos sobre a história, com pequeníssimos parágrafos e frases curtas. Nunca ficamos presos numa descrição, nunca sentimos o cansaço da leitura acompanhada de raciocínio, contudo, não deixando a história em si de ser uma perfeição de subtileza. Uma história suave e doce, tal e qual a escrita.
Para os mais mandriões resta dizer que são 100 páginas apenas que se lêem perfeitamente numa viagem Ponte de Lima – Lisboa de 7 horas em autocarro, deixando tempo para comprar uma revista e bastantes pausas para bater uma sorna às cabeçadas ao vidro.

sábado, janeiro 03, 2004

Uma ideia... 

A ideia é simples, e bastante pouco original, mas parece-me interessante para voltar a trazer pessoal para o blog… crítica de cinema, de livros, de concertos e de tudo o mais que vos pareça parte da categoria. Por exemplo, sempre que um de nós fosse ao cinema vinha para aqui dizer de sua justiça. Parece-me útil…

domingo, dezembro 14, 2003

A subtileza 

Hoje de madrugada os norte-americanos capturaram o Saddam. Grande festa. O homem estava em Trikrit, metido num buraco com meio metro de abertura, sem luz e coberto de terra. Barbudo como tudo. Sujo e atordoado.
No meio das celebrações porque "a humanidade deu um passo em frente", surgem-me umas questões.

O mundo acordou com a notícia por via de um vídeo. Um de má qualidade. Aquele típico bambolear de câmara com uma colocação descuidada. Penso que sem estes pormenores subtis a guerra não seria a mesma coisa. Espero que o pal plus nunca chegue às mãos dos repórteres de guerra. Mas a subtileza de que falo no tópico não é essa.

Ainda alguém se lembra do Afeganistão? O Saddam era outro, desta feita, nunca mais se soube dele. Ora, neste outro cenário, haviam 2 personagens que nos tomaram as atenções durante 2 dias de sofrimento partilhado a nível planetário. Enquanto voavam no seu helicóptero, parece que por falha técnica aquilo começou a cair. Puxaram dos pára-quedas, aqui vai disto ó Evaristo, e atiraram-se direitinhos para um bando armado, daqueles que por falta de uma zona J, sprays de tinta e injustiças sociais ao nível das proprinas universitárias decidem andar à caça de cabeças para afinar as Kalashnikovs. Deram uns sopapos nos americanos, pegaram na câmara de filmar (c’um caraças, parece que só eu é que nunca tive uma) e deram-na a um camera-man com Parkinson e dificuldades notórias na focagem de objectos. Filmaram os jovens americanos e entregaram a cassete às cadeias televisivas que espumaram de felicidade com tamanha graça divina.

A convenção de geneve definiu as leis da guerra, pelas quais existem deveres e direitos universais pelos quais qualquer conflito armado se deve reger. Uma dessas leis é explícita: não se pode humilhar um prisioneiro de guerra. Dele, não se podem publicar fotografias, filmagens, escritos nem gravações de voz. Isto porque, tal como aconteceu neste caso, o pai, o filho, a mulher ou o irmão não quererão ter o conhecimento da coisa pela televisão, enquanto todo o mundo com a melhor das intenções suspira de alívio: “ ainda bem que não foi a mim… coitadinho… “.

Por tudo isto, aquelas filmagens dos 2 soldados norte-americanos deram muito que falar. Penso que o responsável pelo documento da convenção de genéve abriu o pc, foi aos DocumentosDaOnu e abriu o geneve.doc no qual onde se lia «… não se podem filmar…» se passou a ler «… não se podem filmar…».

Ora, foi exactamente com uma filmagem dessas que o mundo tomou conhecimento que o senhor das trevas tinha sido capturado. Aqui chegamos a um imbróglio interessante. As leis marciais têm que ser aplicadas indiscriminadamente, e a todos por igual. O comandante do exército que deixou publicar essas filmagens tem que ir a tribunal de guerra. Quer seja o da coligação, quer seja o do exército dos EUA, será sempre a mesma pessoa: o nosso bem amado, estrela mais brilhante da constelação Q.I.< 70, o sôr tôr Jorge Bush. Se tal não acontecer, como de certo assim não será, estamos perante uma dualidade de critérios que cria um precedente muito perigoso: o de desrespeitar uma convenção universal, tão ou tão pouco importante como a declaração dos direitos humanos. E o mundo, impávido e sereno, muda de canal.

Não é tudo. Os americanos não param de me surpreender. A subtileza que os caracteriza, nem sempre subtil de facto, costuma vir acompanhada, qual Bush, por uma desmazelada falta de inteligência. Sem com isto denegrir a esperteza que de certo ninguém lhes levará. Por essa mesma esperteza, e com o meu amor pelos cães, sinto-me impedido de aos cães chamar espertos. Mas de que falo?

Não se encontraram armas de destruição massiva, até mais ver. Que crimes serão julgados pelo Tribunal de Crimes de Guerra no caso do Saddam? Do que vi da CNN hoje, apenas 2, que, de certo, todos partilharão comigo a sublime (permitam-me a correcção: subtil) emoção do ridículo:

1. invasão do Kuwait.
2. uso de armamento químico contra a etnia curda.

Quanto à invasão do Kuwait pouco tenho a dizer quanto ao expoente do ridículo. Um caso rotineiro da família Bush. Penso que estamos todos a par do que se sucedeu por 2 vezes e de que interesses tudo isso se envolveu.

Quanto ao uso de armamento químico contra os curdos talvez seja preciso um reavivar de acontecimentos históricos.

Estamos nos anos 70, e existe uma preocupação do mundo “ocidental e devidamente civilizado”. O médio oriente está instável, e como a humanidade ainda não sarou a ferida da “sementeira de guerras” (basta ver onde começou quer a 1ª quer a 2ª grandes guerras) os EUA, encabeçando o topo do que são os valores morais, decide ajudar um pobre homem a criar a primeira república laica do médio oriente. Tal qual o chinoca que não dá o peixe mas sim a cana, os EUA em vez de cadáveres, dão AK’s. Que bonito meus amigos. Mesmo a jeito para fazer desaparecer um carregamento de AK's que possivelmente vinha da URSS com destino para Cuba que os EUA NÃO interceptaram. Embora não fosse a guerra fria que estamos habituados a ver nos filmes, tal como todas as guerras, independentemente da sua temperatura, era uma bastante especial. A subtileza também aqui batia o pé constantemente. Não estou muito a par de como estavam cotadas no mercado as armas químicas nessa altura, mas presumo que o preço de meia dúzia de AK’s já dá para fazer um gászito de nervos janota. Ora, o inédito aconteceu. O tal pobre homem que decidiu fundar a primeira república laica do médio oriente, de sua graça Sr. Saddam Hussein, achou por bem ser o primeiro em mais 2 ou 3 pormenores. Que tal fundar a primeira ditadura laica? E que tal a primeira ditadura laica e xenofóbica para com os curdos? E assim se fez história. Lá foram os curdos curtir uma moca de gás dos nervos. A ressaca tomava lugar em valas comuns.

É certo que Saddam soube concretizar a parte do "laica" da sua "república". Nunca no médio oriente a religião deu tão pouco problemas. Certo que xiitas e sunitas não se davam bem e de vez em quando lá explodia um. Mas isso é em todo o lado, nunca foi característica intrínseca ao iraque. Daí ter sido tão positivo capturar o Saddam vivo. Assim não se torna um mártir à boa maneira muçulmana e o propósito da questão não sobe de nível para se tornar religioso, a tão temida "guerra santa" dos dias que correm.

Mas o progenitor do nosso amigo Bush actual (o júnior para os amigos) não achou piada. Nada teve a ver com a crise do petróleo que os EUA atravessavam, atenção, foi uma questão de valores morais. Como diz o meu pai para lixar a minha mãe: valores morais sarnentos.

Sem armamento de destruição massiva, é disto que culpabilizarão o Saddam. Daquilo que ele fez, em tempos, com o aval e ajuda do governo dos EUA. Curioso han? Oportuno o momento, subtil a distância que separa o mau desta história, do bom de todas as histórias. Assim se faz história. Subtilmente.

terça-feira, novembro 11, 2003

Realidades e Relatividades, Realismos e Relativismos (discurso do come a sopa q há meninos a passar fome) 

Ontem tive exame de Sistemas Operativos. Bem bom! Às 7 da noite. Passei o dia pela faculdade, e numa das minhas deambulações por lá algo me fez parar numa daquelas pontes q ligam um edificio ao outro (para quem conhece o sitio). Provavelmente a fumar e à espera de alguém, já n sei. Encostei-me ao parapeito e fui olhando para os canteiros como habitualmente faço à procura de novos objectos interessantes q os meus caros colegas tenham achado desinteressantes e tenham devidamente atirado lá para baixo. É sempre curioso notar q pela quantidade de pacotes de batata frita sempre se pode saber qual a batata frita mais "in" do momento.

Mas a razão deste post é outra. Bem encostada ao muro lá em baixo, certa de q ninguém a via, passava uma senhora. Vinha de bata e ou era preta ou mulata pelos seus 40 (pessoas de cor é-me sempre dificil dizer a idade) e afastava-se. Vinha naquela brincadeira do equilibrismo tentando só pisar as pedras q dividem a calçada do canteiro. Mas o q mais me impressionou foi a deficiência da senhora: era manca, daquelas muito mancas q martelam o chão ao andar. Corcunda e toda virada de lado era a única maneira q ela tinha de se mover, lentamente. Tudo isto tornava a tarefa do equilibrismo quase impossível, havendo sempre de 2 em 2 metros um pé todo torto q lá saía fora da linha imaginária do jogo perdido. Mas logo retomava o percurso, insistente. Sensibilizou-me a cena.

Há menos de uma semana vi no noticiário qualquer coisa relativa ao ano do deficiente (q é o próximo ano para quem n sabe). Falta de infraestruturas e tal. Isto vinha acompanhado duma mini-reportagem com meia duzia de casos. Um senhor cego, bastante inocente e ingénuo disse a certa altura: "às vezes as pessoas acordam mal, ou qualquer coisa lhes corre mal logo de manhã e dizem: «tenho o dia estragado». Se assim é, eu posso dizer todos os dias q tenho a vida estragada. Mas n, a gente sempre arranja forças para ser feliz."

Aí há uns anos o meu irmão teve problemas nos olhos. A coisa remendou-se. Há coisa de 2 meses apareceu-lhe um problema: as glandulas lacrimais começaram a falhar num olho. 2 semanas depois, ou coisa q se pareça, apareceu-lhe uma cratera na córnea (uma pequena ferida irritante no olho). Pouco depois, essa ferida apareceu infectada com uma bactéria. A coisa é grave, embora se resolva. Existe no entanto uma hipotese infima de ficar cego dakele olho. A causa é a falta de hidratação do olho, por causa das glandulas deficitárias. Locais com ar condicionado, tal como aviões, são completamente proibidos. Ora o meu irmão tem estado sem emprego (direito internacional, quer trabalhar em ONG's especialmente em países de 3º mundo). O avião para ele é o nosso metro. No outro dia, pelo telefone disse ao meu pai: "a minha vida profissional está fodida, e assim n vale a pena". Ele e a namorada são muito depressivos. Estão a viver enclausurados em Lyon, sem emprego, num quarto com uma despensa/casa de banho e kitchenet (ou lá como se escreve). O estado francês apoia muito os estudantes, dá-lhes muitos peixes, mas nenhuma cana. O apartamento é pago e os morfes (para quem n morfa muito) também. Mas, de facto aquilo n é vida para ninguém. A situação deles preocupa-me, e qualquer dia dão um tiro um ao outro.

Recentemente uma amiga nossa perdeu o pai, numa daquelas situações de sofrimento arrastado tanto para uns como para outros, numa daquelas situações q só acontecem aos outros. Aconteceu-lhe a ela e merece todo o nosso apoio e admiração pela maneira notável como parece ter reagido.

Ora, onde quero eu chegar?
A condição humana é fraca. Foi o q o Smith disse ao Neo fora da matrix, com a cara já feita em merda enquanto cuspia sangue. Mas o certo é q o Neo no fim entra pelo cu a dentro dos Smiths todos e parte aquilo tudo. A mensagem está lá. É fraca a condição, mas é relativa. Por muita merda q nos apareça à frente, somos nós e só nós q decidimos quando é q é demais. Isso dá-nos uma força incrível. Dá-nos a liberdade contornar a nossa condição e sermos alguém, e só aí, sermos alguém. Não é preciso ser manco e corcunda, ou cego, ou cegolho e muito menos morrer alguém q amamos. Penso q cada um escolhe o seu limite à medida q a vida nos testa. Uns mais q outros, como em tudo.

p.s.: desculpem se foi um bocado depressivo :D

terça-feira, outubro 28, 2003

Movimentos Brownianos 

Cá vai mais uma das minhas dissertações, desta vez um pouco mais séria, q eu tinha guardado para eventos maiores. Bem visto q está, não existem eventos maiores.
Ao contrário do q se pensa, n foi a teoria da relatividade q deu o nobel ao Einstein. Sim, não foi. Nenhum de nós a compreende realmente. Muitos n sabem do q se trata. Não é dela q vou falar. Vou falar do trabalho q deu ao Einstein o nobel, génio da micro e macro fisico-quimica. Não foi sobre a fisica quântica, não foi sobre uma fórmula matemática abstratíssima. Foi a coisa mais simples deste mundo e declarável numa frase...
Os movimentos brownianos, um pequeno estudo sobre o movimento de partículas, q é aplicado ao estudo dos mercados. Basicamente, aplica o conceito de "média" ao movimento de muitos elementos ao mesmo tempo. Por exemplo: se pegarmos numa mão cheia de berlindes e os atirarmos contra uma pequena janela a uns 5 metros de distância talvez acertemos uns quantos, outros falharam, mas, se nos perguntarem aonde atirámos os berlindes, a resposta será: "à janela". Eis o movimento browniano, aplicado aos berlindes. Um trunfo para o vosso futuro!

Ora cá vai a minha intelectualizada caganeira habitual:
E se Einstein se tivesse lembrado de olhar para as pessoas? O movimento browniano, para mim é bem mais óbvio na passagem de peões da praça do comércio do q no movimento dos mercados. Qual formiga, no toca e desvia, cada caminho seguido na importância do objectivo individual (q é o tudo para cada um de nós). Conseguem captar a imagem?
É viável não?
Mas então cá vai uma das características q Einstein previu nos movimentos brownianos (e para quem está atento às novas descobertas científicas mt recentemente corroboradas por novos estudos): Nada está parado no universo, o universo está em constante movimento. O algoritmo do movimento browniano permite-nos isolar certa população do exterior, para saber para onde ela se dirige. Porque tudo se dirige para algum sítio, porque nada está parado. Se conseguirmos aplicar ao universo inteiro o algoritmo Einstein-"qq gajo q não sei, não me admiraria se fosse o Brown embora me soe mal" (q eh o movimento browniano propriamente dito) conseguimos descobrir exactamente como tudo começou e vai acabar. Mas e se isolarmos como população a humanidade? Donde viemos, que fazemos e para onde vamos? Não é novamente pertinente?

São questões a q estamos habituados. Diria q já fartam. Queremos eruditizar o discurso, lá pegamos na velha questão shakespeariana. Mas o assunto é grave! Mais importante q novo cd do DJ ToniKiller ou o novo telemóvel Fokia 3069 talvez seja, por uma única vez, e sem recorrer à depressão associada a estes casos, pensar um pouco nos "porquês" já q temos uma média de 80 anitos para o fazer. Tentado desesperadamente livrar-me da conotação judaica q todo o assunto toma quando pensamos ter respostas, penso q a minha teoria do movimento Browniano (que tomei a liberdade de registar ficticiamente como Einsten-Prats) pode ajudar. Pelo menos ajuda-nos certamente a desolhar o nosso umbigo. Deixar de olhar para trás para ver como fica tão bonito o enquadramento do nosso cu com o caminho q acabámos de pisar. Tal e qual o berlinde q é atirado contra a janela, tirar a média, e descobrir o objectivo disto tudo.
Não será, mais uma vez e por último, derradeiramente pertinente?

terça-feira, outubro 21, 2003

a festa não passou de uma sesta 

pois é, num P.S. envolto em merda q algures por aí escrevi, falei-vos na GREEEVVVEEEE party de 3ª a 6ª em honra dos nossos amigos "coitadinhos q n conseguem pagar as proPRInas e q agora à 27ª matrícula finalmente iam conseguir acabar o curso" q decorreria mm em frente do C8 (para quem conhece a bem dizida FCUL dos nossos corações). Haviam tendas, haviam placardes (ou placards ou placares se preferirem a fonética) e haviam bem intencionados colegas apetrechados de frases de ordem, robialac e, com certeza, boas intenções de n deixar os outros terem aulas (o dicionário, segundo as nossas fontes, ficou em casa).
refeita q está a nossa memória, é com pena q vos anuncio: Não conseguiram a foda q tanto queriam, e os "coitadinhos q n conseguem pagar as proPRInas e q agora à 27ª matrícula finalmente iam conseguir acabar o curso" pelos vistos não valiam mais do q uma noite ao relento. Voltamos à rotina com muita pena mas seriamente preocupados com o estado do ensino superior público em Portugal.

sou pedofilo 

pedofilo. pedo: criança filo: amigo. sou amigo da criançada. mas n lhes vou ao cu.

segunda-feira, outubro 20, 2003

o essencial do supérfluo (conversa da merda) 

É comum dizer-se nos dias de hoje q a juventude anda superficial, apenas movida a custo de banalidades. Banalidades q as tornam supérfluas. Penso q em última análise jamais um humanista de gema poderá contra-argumentar q o Homem é supérfluo à própria humanidade. Digo supérfluos, que é uma erudição eufemista de dizer cheios de merda. Isto explicará a cara comum q vejo na multidão. Basta passar pelo campo grande. Parece q anda tudo aflito para cagar. Prisão de ventre de 2 anos. Explica-se então o estado das casas-de-banho da minha faculdade: o pacóvio mais desprecavido, num momento de descontracção, uma pequena desconcentração e deita tudo a perder. Kilos de merda até perder a vista. Para evitar explodir em público e encher de merda todos os q me rodeiam, desenvolvi uma técnica apurada q vou ter a bondade de partilhar convosco. Existe uma parte teórica e outra prática. Começo pela última. Não há exame e estão todos reprovados.
Prática:
Disciplina nas artes cagatórias é o mote! Há q aprender a cagar todos os dias. Primeiro julgo q n terão muita facilidade, mas o corpo habitua-se a rotinas. Com o passar do tempo ver-se-ão a levantar da cama à pépe rápido antes q sejam obrigados a fazer a muda da cama prematuramente. Há q aprender a largar as pressões excessivas de gases. Acho q são a origem do stress. Pessoalmente, sempre q sou contrariado, sempre q vejo algo q não gosto, deixo q o meu corpo percorra a tabela periódica e se veja livre dos gases q me atormentam. Além de saudável, é muito yin yang. Está na moda.
Teórica:
É aqui q reside a beleza de toda a questão. A merda é, em minha modesta opinião, a coisa mais espiritual q alguma vez passou pelas nossas vidas supérfluas. É o essencial da nossa vida fútil. É o sumo do nosso dia a dia, o melhor q não conseguimos guardar só para nós, q temos q partilhar com o mundo. Daí q pense q todos esses ventres aprisionados q andam por aí, sejam o reflexo da nossa sociedade egoísta. O ciclo da vida. Comemos, digerimos, cagamos, fertilizamos/alimentamos, matamos e voltamos a comer. A merda rodeia-nos, e é bom. Tal como o Homem q nasce da terra, q nela vive e q a ela retorna. Tal como nós receamos e ansiamos pela libertação extrema, a nossa morte, o cagalhão agarra-se às paredes intestinais com toda a sua força evitando aquela luz ao fundo do túnel. Sim, a luz ao fundo do túnel, de q tanto ouvimos falar em experiências depois da morte, não é mais do q o divino dilatar do anûs cósmico, abrindo alas a uma vida nova, cheia de omnipresenças.
Nunca entendi aquelas frases religiosas q tão maquinalmente são repetidas à exaustão por cultos e pacóvios, nas quais se afirma num bater do pé q devemos viver EM Jesus. Devemos orar EM Jesus. Mas EM? EM como? Julgo ser daquelas pequenas trocas de palavras q tanto gostamos e associamos frequentemente à erudição. À esperteza. Aquela coisa da vírgula q faz toda a diferença. Mas ajudem-me, EM porquê? Porque não COMO, ou COM? Quanto à religiosidade inerente a tão bonita existência q é a do cagalhão, não tenho dúvidas: ele vive EM nós, se ora, ora EM nós. O q nos retira do estatuto de supérfluos as nós mesmos. Liberta-nos da banalidade a q estamos limitados pelas nossas próprias limitações. Somos burros como portas! Mas para a merda, somos o Messias. O cagalhão está em todo o lado – e a multidão corrige – “ele está no meio de nós”. Verdade, ou depende, às vezes mais para cima, outras mais para baixo, outras tão para baixo q já n chegamos à homilia.
E é assim, q extenso q isto ficou, e sinto q ficou tanto por dizer! Se mais tarde me recordar de algo q seja imprescindível para vocês começarem a compreender este admirável mundo novo q é o da merda, postarei com todo o gosto. O assunto interessa-me. Desculpem qualquer coisinha. Dispenso elogios.

P.S.: Hoje ao bazar da faculdade vi uma data de tendas. Com ou sem tendas, a contenda das proPRInas continua. Parece q vai haver greve. E desta vez é a valer. Ouvi dizer q vão fazer valer os MEUS direitos até sexta, privando-me respeitosamente de assistir às minhas aulas até então. Foi aí q ouvi uma grande verdade q recusei estupidamente na altura, como acontece, de resto, com todas as grande visões, as aparições do século XXI. Foi o Ricardo o intermediário para tão grande profecia: "o q esta gente faz para mandar umas fodas!!". Não podia estar mais de acordo... ou melhor, no fim da semana, qd me começarem a apertar e a cidade de lisboa já não aguentar mais uma libertação de ventos, e a minha vida académica começar de facto a ficar sériamente prejudicada por meia dúzia de mentecaptos, talvez ainda esteja mais de acordo q agora. A ver vamos. NAUM HAS PROPRINAS!

quarta-feira, outubro 15, 2003

3 coisas 

1.
ainda há pouco falei de prendas de natal. ora aqui está uma, brought to us by zorlaK
http://br.barbie.com/Catalog/product.asp?type=100001&theme_id=100009&subtype=100009&product_id=1002908

2.
o zé miguel tem razão de facto. Dou a mão à palmatória.

3.
acho q já arranjei a cena dos acentos... ç à á é È í õ ã Ã ê ü

(e não se esqueçam, sempre q possível, robialac forte numa parede perto de vós: NAUM HAS PROPRINAS!!)

Propinas 

Segunda-feira acordei às 7 e meia. Tomei banho, de água morna para o quente em opinião do meu pai, gelada portanto, emborquei os meus +/- 33 cl de café, cigarrinho, e parti para a faculdade. Ora quando lá chego era greve, ou lá o q é q não seja gazeta que os alunos fazem quando não vão às aulas e não se baldam... O pessoal, algum trajado, a barricar as portas (que não são poucas) para que o pessoal não entrasse. E parece q estavam mesmo afoitos a impedir q algum colega tentasse furar aqueles aglomerados humanos. Não tinha grande coisa a fazer, e percebi q dificilmente haveriam aulas. Peguei nas minhas coisas e fui atrofiar para outro sitio.
Ora meus amigos, eis o q me atormenta: nos tempos de hoje, as proprinas são bichos abolidos (ou quase) em tempos de governos de esquerda, e voltam com os de direita. Já lá vão os tempos do Salazarismo em q não só a censura era de graça, também a cultura o era. O governo é de direita, as propinas aumentam (e já agora, sim, é propinas q se diz e não proprinas como os nossos amigos intempestuosos e apolitizados anarquistas tendem a escrevinhar pelas paredes). Lutamos então pelo direito individual ? educação!!!! wwooowww E mais!!! Pela democracia e pelas suas colunas-mestras no ensino de qualidade pago pelo estado!!! yyeeeaaahhhh. O meu conceito de democracia, corrijam-me se fujo muito às tendencias "dicionáricas", será qualquer coisa como isto: quero entrar na minha faculdade, paguei o direito de cá estar (com notas e com notas) não vai ser um colega meu a impedir-me. Pois, mas deixem-me então explorar um pouco mais esse conceito de democracia.
Ao contrário de alguns de vocês, como veio ao caso discutir isto, estou plenamente de acordo com o aumento. Os níveis de insucesso são alarmantes, tal como os níveis de qualidade das faculdades. O mau argumentador dirá: "se as faculdades são más, méne, então agente (da polícia) vamos pagar mais????????" Contraponho com o seguinte: a economia está fraca, querem q o dinheiro venha donde, aumentar o endividamento do estado? Não será melhor pagar pela qualidade? O argumentador português dirá: "Vai lá melhorar, vão mas é meter a guita ao bolso e encher as casas-de-banho dos ministros de torneiras de 150 contos!!". N?o contraponho, suspiro, a ver vamos, n?o nos resta senão isso. Mas a multidão grita: "e aqueles q não podem pagar??? e aqueles q trabalham q se desunham para subir o estatuto social, e esses hein?" Ora vamos lá a ver, alguém leu o o decreto do diário da república?? eeerrrr mas então estamos a criticar com que bandeira hasteada? A da ignorância ou a da superficialidade? Sim, existem casos de bolsas para quem, de facto, tem dificuldades. E vossa mercê não está contemplado??? E vai deixar a faculdade por causa dos aumentos????? Não pois não, então para quê tanto barulho. Certo que para alguns de nós vai ser mais dificil, mas o ensino superior é um investimento, não uma regalia. O país andará à custa de quem estuda hoje, de quem leva 15 anos a fazer um curso de 4, de quem apanha bubas todas as semanas neste magnífico espírito universitário? De quem não sabe conjugar um verbo ou escrever proPInas? A democracia na minha opinião é isto. A igualdade de direitos é isto. Os que podem pagam mais para os q não podem pagarem menos... pena é que este conceito tão marxista, nos dias de hoje, tenha q ser aplicado por um governo de idiotas de direita, a brincar à política.
O mau argumentador dirá: "quero mesmo ver essa lei a funcionar, a ver se quem realmente é pobre poderá continuar os seus estudos!" Não contraponho com nenhuma resposta, mas com outra pergunta: mas este barulho todo é por causa desses, ou por causa de cada um de nós, q se calhar vai ter uma árvore de Natal um pouco mais modesta?

segunda-feira, outubro 13, 2003

Já temos users adicionados!!!!! 

os artistas finalistas CSCM 2000 são:
prats
barroca
zé miguel
myriam
bruno ferreira
bruno santos
miguel
barreto
katia
gonçalo
artur
joão luís

os artistas convidados são:
inês dias
carla simões
ricardo
hugo
maria andrés

outros artistas virão com certeza. mantenham-se tunados :D



sexta-feira, outubro 03, 2003

Inauguração 

A moda anda por aí, e pensei fazer isto. A ver como funciona. Ajudem-me a fazê-lo :D
Para postarem e tal, acho que só se eu vos autorizar e em modo de admin. Se assim não for, digam-mo. Nos entretantos mandem-me os vossos mails que (depois da devida despistagem) eu vos adiciono.

p.s.: esta merda não mete os acentos como deve ser... vou pedir ajuda ao pipi

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