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terça-feira, setembro 07, 2004

Nova Temporada 04/05 

Estamos a começar uma nova temporada. Uns mais cedo que outros :(. Contudo, queria relembrar que já este domingo (dia 12) às 8:30 da matina recomeçamos os jogos de futebol na cidade universitária. Quantos aos impérios6horas (ou deveria dizer castália”HiperAtrasadosDeManeiraAleatóriaEApenasDepoisDeUmaDataDeTelefonemasQueVãoContraOEspíritoInicialDaCoisa”horas) penso que também vão recomeçar. Alguns de nós vão de Erasmus e companhias e não os vamos ver durante uns tempos. Boa sorte para eles, que se divirtam muito e trabalhem pouco! :D


“Sete Anos no Tibete” de Heinrich Harrer 

Tendo visto o filme, foi resultado de dele ter gostado tanto que procurei o livro que o originou. Não esperava encontrar o que encontrei. O filme é uma romantização da história verdadeira. Mas o livro não se escreve todo da história do homem que foge à 2ª grande guerra e descobre o Tibete: escreve-se também do homem que viu um mundo prestes a acabar, mundo esse que descreve de uma maneira brilhante e humilde, despretensiosa, mundo esse que por sua vez me atrai de maneira visceral.
Nunca em detrimento do filme, o livro vale por si mesmo muito mais, mesmo contando com a redundância.

«O meu desejo mais profundo é o de que este livro possa trazer alguma compreensão para com um povo cuja vontade de viver em paz e liberdade é praticamente ignorada por um mundo de apatia.»


“O Fio das Missangas” de Mia Couto 

Mia Couto à boa maneira. 29 pequeninas grandes estórias. Verdadeira portugalidade.

«
– Aprender a falar é fácil. Com o devido respeito de vossa mãe. Que é muda. Só que a voz lhe está adormecida.
…no capítulo das falas tinha a sua razão: nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos.
– E é o que repito: falar é fácil. Custa é aprender a calar.»


“Uma Casa em Portugal” de Richard Hewitt 

Uma história verdadeira contada na primeira pessoa sobre um casal de americanos que decide vir viver para o nosso tão peculiar país. Já li isto há uns tempos, e não me canso de aconselhar a sua leitura. É divertido, cheio de um sentido de humor tão assaz e pertinente pela imparcialidade. É sempre curioso saber como somos vistos enquanto povo. Chega a ser tocante o amor e a ternura que o autor nutre por este tão idiossincrático 3º mundo a que chamamos Portugal.
A sua leitura talvez seja uma maneira mais inteligente de culto ao patriotismo que bramir bandeiras e cachecóis ao compasso de um jogo da selecção. Como é que os estranjas vêem melhor aquilo que muitos de nós nem enxergam? Cultura? Educação?


“Guerra e Paz” de Leo Tostoi 

A tão aclamada obra-prima de Leo (ou Leão, seja à vontade do freguês) Tolstoi – dos maiores, senão o maior escritor russo do século XIX – fornece-nos uma ideia bastante concreta do que era a fútil alta sociedade na sua época (e se mo permitem, penso que em todas as épocas). Tolstoi traça com uma precisão assombrosa algumas personagens intemporais que ficarão para sempre marcadas na minha maneira de ver o mundo. Fala-se de História, das maneiras de se escrever História, das maneira da História acontecer, de política, de espiritualidade, de religião e de amor. Pedro, a personagem principal, redonda como mais nenhuma que conheça, aprende (e ensina-nos) lições de vida que mudam a sua maneira de encarar o mundo, e consequentemente, o mudam enquanto ser humano.

Mais uma vez, para os mais preguiçosos e apenas interessados na estória, remeto-vos para o filme.

«Sinto-as, vejo-as por todo o lado, esta hipocrisia e esta cegueira … mas, onde arranjar palavras para explicar-lhes tudo quanto tenho a dizer-lhes?»


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