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segunda-feira, outubro 20, 2003

o essencial do supérfluo (conversa da merda) 

É comum dizer-se nos dias de hoje q a juventude anda superficial, apenas movida a custo de banalidades. Banalidades q as tornam supérfluas. Penso q em última análise jamais um humanista de gema poderá contra-argumentar q o Homem é supérfluo à própria humanidade. Digo supérfluos, que é uma erudição eufemista de dizer cheios de merda. Isto explicará a cara comum q vejo na multidão. Basta passar pelo campo grande. Parece q anda tudo aflito para cagar. Prisão de ventre de 2 anos. Explica-se então o estado das casas-de-banho da minha faculdade: o pacóvio mais desprecavido, num momento de descontracção, uma pequena desconcentração e deita tudo a perder. Kilos de merda até perder a vista. Para evitar explodir em público e encher de merda todos os q me rodeiam, desenvolvi uma técnica apurada q vou ter a bondade de partilhar convosco. Existe uma parte teórica e outra prática. Começo pela última. Não há exame e estão todos reprovados.
Prática:
Disciplina nas artes cagatórias é o mote! Há q aprender a cagar todos os dias. Primeiro julgo q n terão muita facilidade, mas o corpo habitua-se a rotinas. Com o passar do tempo ver-se-ão a levantar da cama à pépe rápido antes q sejam obrigados a fazer a muda da cama prematuramente. Há q aprender a largar as pressões excessivas de gases. Acho q são a origem do stress. Pessoalmente, sempre q sou contrariado, sempre q vejo algo q não gosto, deixo q o meu corpo percorra a tabela periódica e se veja livre dos gases q me atormentam. Além de saudável, é muito yin yang. Está na moda.
Teórica:
É aqui q reside a beleza de toda a questão. A merda é, em minha modesta opinião, a coisa mais espiritual q alguma vez passou pelas nossas vidas supérfluas. É o essencial da nossa vida fútil. É o sumo do nosso dia a dia, o melhor q não conseguimos guardar só para nós, q temos q partilhar com o mundo. Daí q pense q todos esses ventres aprisionados q andam por aí, sejam o reflexo da nossa sociedade egoísta. O ciclo da vida. Comemos, digerimos, cagamos, fertilizamos/alimentamos, matamos e voltamos a comer. A merda rodeia-nos, e é bom. Tal como o Homem q nasce da terra, q nela vive e q a ela retorna. Tal como nós receamos e ansiamos pela libertação extrema, a nossa morte, o cagalhão agarra-se às paredes intestinais com toda a sua força evitando aquela luz ao fundo do túnel. Sim, a luz ao fundo do túnel, de q tanto ouvimos falar em experiências depois da morte, não é mais do q o divino dilatar do anûs cósmico, abrindo alas a uma vida nova, cheia de omnipresenças.
Nunca entendi aquelas frases religiosas q tão maquinalmente são repetidas à exaustão por cultos e pacóvios, nas quais se afirma num bater do pé q devemos viver EM Jesus. Devemos orar EM Jesus. Mas EM? EM como? Julgo ser daquelas pequenas trocas de palavras q tanto gostamos e associamos frequentemente à erudição. À esperteza. Aquela coisa da vírgula q faz toda a diferença. Mas ajudem-me, EM porquê? Porque não COMO, ou COM? Quanto à religiosidade inerente a tão bonita existência q é a do cagalhão, não tenho dúvidas: ele vive EM nós, se ora, ora EM nós. O q nos retira do estatuto de supérfluos as nós mesmos. Liberta-nos da banalidade a q estamos limitados pelas nossas próprias limitações. Somos burros como portas! Mas para a merda, somos o Messias. O cagalhão está em todo o lado – e a multidão corrige – “ele está no meio de nós”. Verdade, ou depende, às vezes mais para cima, outras mais para baixo, outras tão para baixo q já n chegamos à homilia.
E é assim, q extenso q isto ficou, e sinto q ficou tanto por dizer! Se mais tarde me recordar de algo q seja imprescindível para vocês começarem a compreender este admirável mundo novo q é o da merda, postarei com todo o gosto. O assunto interessa-me. Desculpem qualquer coisinha. Dispenso elogios.

P.S.: Hoje ao bazar da faculdade vi uma data de tendas. Com ou sem tendas, a contenda das proPRInas continua. Parece q vai haver greve. E desta vez é a valer. Ouvi dizer q vão fazer valer os MEUS direitos até sexta, privando-me respeitosamente de assistir às minhas aulas até então. Foi aí q ouvi uma grande verdade q recusei estupidamente na altura, como acontece, de resto, com todas as grande visões, as aparições do século XXI. Foi o Ricardo o intermediário para tão grande profecia: "o q esta gente faz para mandar umas fodas!!". Não podia estar mais de acordo... ou melhor, no fim da semana, qd me começarem a apertar e a cidade de lisboa já não aguentar mais uma libertação de ventos, e a minha vida académica começar de facto a ficar sériamente prejudicada por meia dúzia de mentecaptos, talvez ainda esteja mais de acordo q agora. A ver vamos. NAUM HAS PROPRINAS!

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